Importação de insumos farmacêuticos (IFAs): como driblar atrasos, burocracia e escassez?
A indústria farmacêutica é uma das mais reguladas e exigentes do mundo e sua cadeia de suprimentos reflete isso. Quando falamos em importação de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), não estamos lidando apenas com uma questão logística: estamos falando de um componente crítico para a saúde pública, a continuidade da produção e a estabilidade do abastecimento de medicamentos no país.
E como toda cadeia sensível, basta um elo instável para comprometer toda a operação.
Nos últimos anos, o cenário mundial impôs uma série de obstáculos à importação de IFAs: tensões geopolíticas, escassez de matéria-prima, aumento de fretes internacionais, mudanças em exigências sanitárias e, claro, a burocracia aduaneira brasileira. Nesse contexto, driblar atrasos, evitar rupturas e manter a conformidade se tornou um verdadeiro jogo de estratégia, e não apenas de execução logística.
A seguir, compartilhamos alguns dos caminhos mais eficazes para manter o abastecimento de IFAs sob controle, mesmo em um ambiente incerto e volátil.
1. Antecipação e previsibilidade: o novo nome da eficiência
Atrasos na liberação alfandegária ou no transporte internacional podem ser mitigados com planejamento prévio. Para isso, é essencial:
- Elaborar previsões de demanda bem estruturadas;
- Trabalhar com múltiplos fornecedores globais, sempre homologados e em conformidade com a Anvisa;
- Negociar janelas logísticas fixas com armadores ou agentes de carga quando possível;
- Incluir margens de segurança no lead time logístico, principalmente em épocas de alta demanda ou sazonalidade.
Antecipar etapas é o que garante a continuidade da produção.
2. Regimes aduaneiros especiais: economia e agilidade
Muitas indústrias ainda deixam de usar ferramentas que poderiam ser grandes aliadas no processo de importação, como:
- Entreposto Aduaneiro: permite internalizar a carga aos poucos, conforme a produção exige;
- Drawback: ideal quando o IFA é utilizado em medicamentos exportados, com isenção ou suspensão de tributos;
- Linha Azul e OEA: programas que agilizam a liberação de mercadorias por meio de canais preferenciais e confiabilidade no controle aduaneiro.
Na Cerklog, atuamos lado a lado com a indústria para identificar o melhor regime, validar viabilidade e estruturar a operação com o máximo de eficiência fiscal e agilidade logística.
3. Cold chain e rastreabilidade: compliance que não se negocia
Em se tratando de IFAs, a conformidade com as exigências sanitárias e de temperatura é inegociável. A perda de uma carga por falha térmica ou documental significa não só prejuízo financeiro, mas também impacto no abastecimento e risco regulatório.
Por isso, é fundamental:
- Utilizar embalagens térmicas apropriadas, com controle de temperatura embarcado;
- Ter parceiros logísticos com rastreabilidade ponta a ponta;
- Manter documentação sanitária e laudos técnicos atualizados antes mesmo do embarque;
- Garantir comunicação clara entre áreas técnicas, logísticas e aduaneiras.
Cada hora conta quando falamos de produtos sensíveis.
4. Escolha estratégica dos modais e rotas
A escassez de voos cargueiros e os gargalos portuários exigem decisões logísticas precisas. É hora de pensar fora da rota padrão:
- Frete aéreo combinado (multimodalidade) pode ser alternativa em emergências;
- Avaliar portos e aeroportos com menor risco de congestionamento;
- Trabalhar com parceiros especialistas em soluções sob medida para o setor farma.
A flexibilidade, aqui, é o que diferencia operações eficientes de operações com risco constante de ruptura.
5. Ter um parceiro logístico com domínio técnico e regulatório
Não basta mover carga. É preciso entender de farmacêutico, de RDCs, de exigências sanitárias e da pressão de quem está na indústria. A Cerklog atua como uma extensão estratégica do time da indústria, oferecendo suporte técnico, documental, aduaneiro e logístico em todas as etapas do processo.
Desde a definição da estratégia de importação até a entrega segura ao destino final, com compliance, rastreabilidade e inteligência aplicada.
A volatilidade global não vai dar trégua. Mas a indústria farmacêutica não pode parar e o abastecimento de IFAs precisa ser encarado como uma prioridade estratégica, não apenas operacional.
Com planejamento, regimes especiais, tecnologia e os parceiros certos, é possível garantir continuidade, reduzir custos e atender à população com regularidade.